Gal Costa canta “Deus é o amor” de Jorge Ben Jor.

Postado por: em jan 22, 2013 | Nenhum comentário

 

Um pergunta generosa deve guiar o nosso olhar: “o que eles têm feito para encontrar a paz?” Apresento a vocês Gal Costa cantando “Deus é o amor” de Jorge Ben Jor.

 

Em 1969 ela lançava essa canção em seu primeiro disco solo. A capa se tornou clássica:

 

 

Gal 1969 - lança "Deus é o amor" de Jorge Ben

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ouça a versão original e agora pergunte: “o que nós temos feito para encontrar a paz?”.

 

Deus é amor (Jorge Ben Jor 1968)

Todo mundo vai embora
Mas a chuva não quer parar
Ninguém mais quer ficar
Só eu, sozinho vou me molhar

Mas eu tenho fé
Que a chuva há de passar
E aquele sol tão puro
De manhãzinha bem quentinho há de chegar

E os passarinhos vão cantar
Pois a alegria vai voltar
E todo mundo
Que foi embora vai voltar

Agradecendo a Deus
Todo mundo vai rezar e cantar

Deus é a vida, a luz e a verdade
Deus é o amor, a confiança e a felicidade
Deus é a vida, a luz e a verdade
Deus é o amor, a confiança e a felicidade

 

Trabalho e Aventura – Sérgio Buarque de Holanda

Trabalho e Aventura – Sérgio Buarque de Holanda

Postado por: em jan 9, 2013 | 4 comentários

 

 

Sérgio Buarque de Holanda

Ele está entre os maiores intelectuais brasileiros do século XX. Sérgio Buarque de Holanda, o pai de Chico Buarque e tantos outros (foram sete ao todo), é mais conhecido por sua obra prima “Raízes do Brasil”. Aqui lemos uma parte instigante do famoso livro, onde ele distingue dois tipos de homens; o aventureiro, desejoso de novas sensações e consideração pública, e o trabalhador, aquele que deseja segurança e paz. Leia agora direto da fonte.

 

“Nas formas de vida coletiva podem assinalar-se dois princípios que se combatem e regulam diversamente as atividades do homens. Esses dois princípios encarnam-se nos tipos do aventureiro e do trabalhador. Já nas sociedades rudimentares manifestam-se eles, segundo sua predominância, na distinção fundamental entre os povos caçadores ou coletores e os povos lavradores. Para uns, o objeto final, a mira de todo esforço, o ponto de chegada, assume relevância tão capital, que chega a dispensar, por secundários, quase supérfluos, todos os processos intermediários. Seu ideal será colher o fruto sem plantar a árvore.

Esse tipo humano ignora as fronteiras. No mundo tudo se apresenta a ele em generosa amplitude e , onde quer que se erija um obstáculo a seus propósitos ambiciosos, sabe transformar esse obstáculo em trampolim. Vive dos espaços ilimitados, dos projetos vastos, dos horizontes distantes.

O trabalhador, ao contrário, é aquele que enxerga primeiro a dificuldade a vencer, não o triunfo a alcançar. O esforço lento, pouco compensador e persistente, que, no entanto, mede todas as possibilidades de esperdício e sabe tirar o máximo proveito do insignificante, tem sentido bem nítido para ele. Seu campo visual é naturalmente restrito. A parte maior do que o todo.

Existe uma ética do trabalho, como existe uma ética da aventura. Assim, o indivíduo do tipo trabalhador só atribuirá valor moral positivo às ações que sente ânimo de praticar, e, inversamente, terá por imorais e detestáveis as qualidades próprias do aventureiro – audácia, imprevidência, irresponsabilidade, instabilidade, vagabundagem – tudo, enfim, quanto se relacione com a concepção espaçosa do mundo, característica desse tipo.

Por outro lado, as energias e esforços que se dirigem a uma recompensa imediata são enaltecidos pelos aventureiros; as energias que visam à estabilidade, à paz, à segurança pessoal e os esforços sem perspectiva de rápido proveito material passam, ao contrário, por viciosos e desprezíveis para eles. Nada lhes parece mais estúpido e mesquinho do que o ideal do trabalhador.

Entre esses dois tipos não há, em verdade, tanto uma oposição absoluta como uma incompreensão radical. Ambos participam, em maior ou menor grau, de múltiplas combinações e é claro que, em estado puro, nem o aventureiro, nem o trabalhador possuem existência real fora do mundo das ideias. Mas também não há dúvida que os dois conceitos nos ajudam a situar e a melhor ordenar nosso conhecimento dos homens e dos conjuntos sociais. E é precisamente nessa extensão superindividual que eles assumem importância inestimável para o estudo da formação e evolução das sociedades.

Na obra da conquista e colonização dos novos mundos coube ao “trabalhador”, no sentido aqui compreendido, papel muito limitado, quase nulo. A época predispunha aos gestos e façanhas audaciosos, galardoando bem os homens de grandes voos. E não foi fortuita a circunstância de se terem encontrado neste continente [Brasil e Américas], emprenhadas nessa obra, principalmente as nações onde o tipo do trabalhador, tal como acaba de ser discriminado, encontrou ambiente menos propício.”

 

(Sérgio Buarque de Holanda em Raízes do Brasil, pág.44, 26 ed., Cia das Letras)

A Entrevista para a Billboard – Edição 37 – na íntegra.

A Entrevista para a Billboard – Edição 37 – na íntegra.

Postado por: em jan 6, 2013 | 104 comentários

 

A edição 37 da Billboard Brasil traz na capa o músico pop americano Bruno Mars, e lá nas páginas 54 e 55 o jornalista Filipe Albuquerque anuncia: “para além de rótulos e segmentos, artistas evangélicos buscam circular livremente no pop brasileiro”.

Baby do Brasil e o Livro de Regras das Artes e do Entretenimento

Postado por: em out 28, 2012 | 8 comentários

O Grande Livro de Regras das Artes e do Entretenimento é um livro que nunca foi escrito, no entanto sublinho a necessidade de tê-lo em linguagem clara e abrangente. Pra ontem e para todos!

Sim, suas leis e limites vão se adaptando ao movimento vivo da cultura mas até o momento parece ser firme a distinção entre gospel e secular – pelo menos equanto siglas ou rótulos. Religioso e não-religioso dentro da indústria cultural brasileira são lugares determinados pelo pensamento dicotômico predominante nas mentes que pensam e fazem o entretenimento tupiniquim. Essa, talvez seja, a primeira regra a ser transgredida quando os fundamentos cosmológicos dos novos produtores culturais se configuram numa rede de categorias não dicotômicas.

Enquanto nós – que não dividimos o mundo entre gospel e secular – nos aproximamos do Grande Livro de Regras das Artes e do Entretenimento, assumimos também a responsabilidade de estabelecer novas plataformas para a vivencia da arte brasileira que generosamente inclui aspectos da espiritualidade cristã sem que isso a torne menos artística, menos vibrante ou menos seja lá o que for que os velhos produtores pensam. Pois pra eles, parece que incluir temas e experiências religiosas [leia-se cristãs ou gospel] na música do mundo secular, é profanar o santuário laico [leia-se afro-brasileiro]. Está aí uma boa regra para burlar com trabalho e criatividade!

Talvez tudo isso seja apenas um hábito enraizado que no interior da prática já demonstra mutações; um interessante desenvolvimento que logo pode emergir e se tornar explicito na superfície da linguagem, dos nomes e dos códigos culturais.

Mas, ilustrando essa tensão, compartilho a reportagem do G1 ( principalmente o vídeo postado por eles) para divulgar o retorno da nossa querida Baby do Brasil aos palcos da música pop. Depois eu volto.

 

“Baby do Brasil comemora 60 anos com show no Rio; veja vídeo

Apresentação da próxima quarta (31) terá participação de Caetano Veloso.
Repertório vai incluir sucessos como ‘Menino do Rio’ e ‘Tudo azul’.

Do G1 Rio

Baby do Brasil vai tirar a poeira dos sucessos que cantava na época em que ainda atendia pelo nome Baby Consuelo. É o projeto Baby Sucessos, que a cantora apresenta na próxima quarta-feira (31), no Vivo Open Air, no Jockey Club Brasileiro, no Rio, comemorando seus 60 anos.

Veja ao lado o vídeo exclusivo com trechos do ensaio.

 

Dirigido pelo próprio filho da cantora, o guitarrista Pedro Baby, o show terá a participação especial de Caetano Veloso e vai incluir sucessos como “Menino do Rio”, “Tudo azul”, “Cósmica”, “Todo dia era dia de índio” e “Um auê com você”, entre outros.

A ideia para o projeto ganhou força depois de uma conversa entre Pedro e Gal Costa — o guitarrista fez parte da banda da cantora baiana durante a turnê Recanto. Gal havia comentado sobre o prazer que teria uma mãe cantora ao se apresentar ao lado do filho músico.

“Estou fazendo um trabalho com todo meu coração, inclusive já me peguei em alguns momentos emocionado só de pensar no novo show. É uma responsabilidade enorme e que chegou no momento certo”, revela Pedro.

Baby do Brasil no Vivo Open Air
Quando: quarta-feira (31), 20h
Onde: Jockey Club Brasileiro – Rua Jardim Botânico, 1003, Jardim Botânico.
Quanto: R$ 40 (inteira) e R$20 (meia).
Informações: www.vivo.com.br/openair (o evento acontece mesmo em caso de chuva).”

 

Com sol ou chuva eu quero estar lá para participar desse momento e ter outras informações mais sensoriais que se juntarão a essas reflexões para um novo texto. Desejo sentir, ver e ouvir a Baby cantando esse repertório. Sou fã com força! Desejo ver esse desenvolvimento no interior das aparências….

Interessante; ela se apresenta depois do filme “De volta para o futuro”. Qual futuro ? Onde as regras acima continuam valendo ou um futuro onde novas categorias  se consolidarão e servirão de bases para entreter sem privar a música brasileira do inevitável reencontro com a espiritualidade cristã?

Pense aí. E se puder apareça no Jockey Club nesta Quarta.

 

 

SALTANDO OBSTÁCULOS E DESABOTOANDO TRILHAS.

SALTANDO OBSTÁCULOS E DESABOTOANDO TRILHAS.

Postado por: em set 11, 2012 | 50 comentários

 

A confissão mais clara, aquilo que me motiva nesses últimos anos, é um grito: a comunidade de artistas cristãos é digna de receber a cidadania brasileira! Mais merecedores são aqueles que a buscam amparados na força de seu gênio artístico e