Baby do Brasil e o Livro de Regras das Artes e do Entretenimento

Postado por: em out 28, 2012 | 8 Comentários

O Grande Livro de Regras das Artes e do Entretenimento é um livro que nunca foi escrito, no entanto sublinho a necessidade de tê-lo em linguagem clara e abrangente. Pra ontem e para todos!

Sim, suas leis e limites vão se adaptando ao movimento vivo da cultura mas até o momento parece ser firme a distinção entre gospel e secular – pelo menos equanto siglas ou rótulos. Religioso e não-religioso dentro da indústria cultural brasileira são lugares determinados pelo pensamento dicotômico predominante nas mentes que pensam e fazem o entretenimento tupiniquim. Essa, talvez seja, a primeira regra a ser transgredida quando os fundamentos cosmológicos dos novos produtores culturais se configuram numa rede de categorias não dicotômicas.

Enquanto nós – que não dividimos o mundo entre gospel e secular – nos aproximamos do Grande Livro de Regras das Artes e do Entretenimento, assumimos também a responsabilidade de estabelecer novas plataformas para a vivencia da arte brasileira que generosamente inclui aspectos da espiritualidade cristã sem que isso a torne menos artística, menos vibrante ou menos seja lá o que for que os velhos produtores pensam. Pois pra eles, parece que incluir temas e experiências religiosas [leia-se cristãs ou gospel] na música do mundo secular, é profanar o santuário laico [leia-se afro-brasileiro]. Está aí uma boa regra para burlar com trabalho e criatividade!

Talvez tudo isso seja apenas um hábito enraizado que no interior da prática já demonstra mutações; um interessante desenvolvimento que logo pode emergir e se tornar explicito na superfície da linguagem, dos nomes e dos códigos culturais.

Mas, ilustrando essa tensão, compartilho a reportagem do G1 ( principalmente o vídeo postado por eles) para divulgar o retorno da nossa querida Baby do Brasil aos palcos da música pop. Depois eu volto.

 

“Baby do Brasil comemora 60 anos com show no Rio; veja vídeo

Apresentação da próxima quarta (31) terá participação de Caetano Veloso.
Repertório vai incluir sucessos como ‘Menino do Rio’ e ‘Tudo azul’.

Do G1 Rio

Baby do Brasil vai tirar a poeira dos sucessos que cantava na época em que ainda atendia pelo nome Baby Consuelo. É o projeto Baby Sucessos, que a cantora apresenta na próxima quarta-feira (31), no Vivo Open Air, no Jockey Club Brasileiro, no Rio, comemorando seus 60 anos.

Veja ao lado o vídeo exclusivo com trechos do ensaio.

 

Dirigido pelo próprio filho da cantora, o guitarrista Pedro Baby, o show terá a participação especial de Caetano Veloso e vai incluir sucessos como “Menino do Rio”, “Tudo azul”, “Cósmica”, “Todo dia era dia de índio” e “Um auê com você”, entre outros.

A ideia para o projeto ganhou força depois de uma conversa entre Pedro e Gal Costa — o guitarrista fez parte da banda da cantora baiana durante a turnê Recanto. Gal havia comentado sobre o prazer que teria uma mãe cantora ao se apresentar ao lado do filho músico.

“Estou fazendo um trabalho com todo meu coração, inclusive já me peguei em alguns momentos emocionado só de pensar no novo show. É uma responsabilidade enorme e que chegou no momento certo”, revela Pedro.

Baby do Brasil no Vivo Open Air
Quando: quarta-feira (31), 20h
Onde: Jockey Club Brasileiro – Rua Jardim Botânico, 1003, Jardim Botânico.
Quanto: R$ 40 (inteira) e R$20 (meia).
Informações: www.vivo.com.br/openair (o evento acontece mesmo em caso de chuva).”

 

Com sol ou chuva eu quero estar lá para participar desse momento e ter outras informações mais sensoriais que se juntarão a essas reflexões para um novo texto. Desejo sentir, ver e ouvir a Baby cantando esse repertório. Sou fã com força! Desejo ver esse desenvolvimento no interior das aparências….

Interessante; ela se apresenta depois do filme “De volta para o futuro”. Qual futuro ? Onde as regras acima continuam valendo ou um futuro onde novas categorias  se consolidarão e servirão de bases para entreter sem privar a música brasileira do inevitável reencontro com a espiritualidade cristã?

Pense aí. E se puder apareça no Jockey Club nesta Quarta.

 

 

8 Comentários

  1. Daniel Gizo
    28 de outubro de 2012

    Bela maneira de celebrar os 495 anos da Reforma.

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  2. nate
    29 de outubro de 2012

    sinceramente…ja nem sei mais… sem palavras.. a palavra para o que vi seria LIBERTAÇÃO…

    SEM MAIS…

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    • Tiago
      29 de outubro de 2012

      Não entendi????

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  3. Nossa Brasilidade » A volta de Baby – parte II
    29 de outubro de 2012

    […] Quem leu o texto de ontem, quando compartilhei reflexões sobre o assunto “a volta de Baby do Brasil ao mundo secular”, pode ter alguns novos conteúdos para perceber o que esse show significa. Se você não leu, basta olhar a última postagem aqui. […]

    Reply
  4. Polliana
    29 de outubro de 2012

    Pena eu não poder ir ao Rio para ouví-la… mas feliz pela liberdade de Baby em poder ser ela mesma sem se prender ao julgamento de determinados “irmãos”! Legal o post, Marcos! Continuemos…

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  5. pr.thiago
    29 de outubro de 2012

    Não tenho o menor interesse em dizer quem está certo ou errado, mas tenho minhas dúvidas sobre esse tema, sugiro um debate, twitcan ou algo parecido, de toda forma penso que esse assunto ainda pode dar muito pano pra manga.

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  6. Gustavo Nering
    31 de outubro de 2012

    Não só a música cristã mas o samba brasileiro tá precisando duma renovação. Faz tempo que não chega alguém de peso e mostra como se faz!

    (a pesar de não ter ouvido o último disco da Gal pra ver como ficou…)

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  7. Karina J. S.
    18 de dezembro de 2012

    Tenho certeza que o “mundo secular” não ouviria uma música “GOSPEL”
    e ao invés de louvarmos a Deus, agradecendo a ele por mais um ano de vida,
    damos ênfase a música de pessoas que sequer acreditam em nossa filosofia de vida cristã?
    não entendo…
    mas cada um dê conta de suas ações, quem sou eu para julgar?
    Temos o livre Arbítrio!

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