08 de Janeiro / Francisco Alvim

Postado por: em jan 8, 2012 | 3 Comentários

                                                                                                 Oito 

  Em cima da cômoda

  uma lata, dois jarros, alguns objetos

  entre eles três antigas estampas

  Na mesa duas toalhas dobradas

  uma verde, outra azul

  um lençol também dobrado livros chaveiro

  Sob o braço esquerdo

  um caderno de capa preta

  Em frente uma cama

   cuja cabeceira, abriu-se numa grande fenda

   Na parede alguns quadros

 

    Um relógio, um copo.

 

                                            ( Luz – Francisco Alvim)

Prêmio Jabuti

 O cotidiano deste diplomata aparece aqui não como resultado duma alma sem grandes esperanças; o que o levaria, segundo alguns,  a se concentrar em cadernos, camas e cabeceiras. Ele pertence a uma geração de poetas que viu brilhar esse feixe de luz sobre as coisas simples da vida. A leitura que faço passa por esse re-encontro com a experiência pessoal do dia a dia; uma oportunidade de tocar aquilo que está a nossa volta.

 

3 Comentários

  1. Loyena Gomes
    8 de janeiro de 2012

    (Quase aposentado – Francisco Alvim)
    Da janela de meu trabalho
    vejo três palmeiras
    Entre elas e eu uma rua estreita
    uma lâmina de vidro
    um parapeito baixo sobre o qual se amontoam fichas
    catálogos
    embrulhos
    As palmeiras talvez teham a minha idade
    Posso dizer-lhes
    (como se a mim algum dia houvesse dito)
    — Somos moços

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  2. Loyena Gomes
    8 de janeiro de 2012

    Salve! Salve! Francisco Alvim

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  3. nossabrasilidade » Literatura Brasileira
    9 de maio de 2012

    […] – Francisco Alvim […]

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