Quando me descobri artista brasileiro
Quando me descobri um artista brasileiro e que a fé cristã, como os nossos pais me ensinaram, é começo e não adereço, as outras expressões de identidade artística tornaram-se mais irreais ainda para mim. Qual modelo de artista temos para imitar no Brasil? Ao menos para nos inspirar?
Eu escrevo música como um artista brasileiro, mas não quero fazer isso seguindo as trilhas espirituais e ideológicas que temos hoje. E nesse espaço que abri na internet, o Blog Nossa Brasilidade, é como se eu tivesse investigando um caminho de mentores – uma tradição espiritual pra me filiar. Estou o tempo inteiro procurando um mestre, um maestro, um modelo imaginário que seja!
Mas ainda não encontrei quem eu gostaria de imitar quando descobri que sou um artista brasileiro e não um artista da religião evangélica. Eu admiro muito o Bob Marley (Jamaica) , o Bono (Irlanda), Stevie Wonder (USA), Johnny Cash (USA), mas olhando pra cá, me faltam esses mentores/modelos. Sim! Temos o Roberto Carlos, Nelson Cavaquinho, Elomar Figueira de Mello e milhares de canções que tocam aquilo que vejo neste mundo – e são essas canções a comprovação de tanta coisa falada aqui. Mas esses artistas não são exatamente aquilo que eu gostaria de ser. Sim! Temos Tasso da Silveira, Murilo Mendes, Jorge de Lima, Quintana, Adélia! Ah, temos Adélia! Mas, onde está a trilha da música pop que nos deu uma música brasileira realista, ungida, generosa, exuberante e aberta para o Total?
Aqui escrevo tentando formar esse modelo imaginário… Escrevo como que construindo categorias para a confecção de uma plataforma que sustente uma nova canção. Estou procurando respostas…
Marcos Almeida
Vila Velha, ES.
33 Comentários
Tiago Silva
8 de fevereiro de 2014Forte demais isso Marcos. Ainda bem que tenho você como artista pra poder me inspirar.
Felippe Rosa
8 de fevereiro de 2014Marcos, não acha que você mesmo acabou virando um modelo? Será que esse “maestro” não seria todo o conjunto do que você citou aí?
Marcos Almeida
8 de fevereiro de 2014Acredito que daqui alguns anos vamos poder ver melhor o nosso tempo, esse tempo. Lembro que foi a partir de 2011 que começamos a pensar nesses termos: “arte brasileira de raíz cristã”. Antes era aquela polarização gospel/secular e o artista cristão tinha que escolher tocar “no mundo” ou “na igreja”. Vencemos esses termos que atravancavam o nosso caminho. Novas categorias mais generosas e realistas surgiram e não tenho dúvidas que isso é fruto de muita coisa que foi lançada aqui. E sim, podemos considerar o conjunto que citei como uma boa tradição para olharmos com respeito, mas nada disso nos tira a necessidade de inventar hoje, de criar a nova canção. Por isso continuo procurando respostas…
Kézia Garcia
8 de fevereiro de 2014Graças a Deus que agora temos Marcos Almeida para nos inspirar.
Felippe Rosa
8 de fevereiro de 2014Sim, certeza absoluta disso, vocês estão fazendo algo totalmente diferente do que está por aí, se isso que vocês fazem você já considera como nova canção, será que o que você está buscando não deve estar presente desde o começo(da banda, sua forma de pensamento, etc)?
O que seriam essa nova canção e esse maestro a quem se inspirar, realmente?
Felippe Rosa
8 de fevereiro de 2014Ps: Acho que isso que você procura é o que você está criando, como já disseram, você está inventando algo que não existia e talvez esse maestro não exista nem de modo imaginário, será que o seu trabalho não seja percebido no futuro como essa plataforma para a nova canção(que eu não sei definir, mais uma vez eu lhe pergunto o que é…)?
Mas, você sente tanto essa necessidade de um maestro pra criar o novo?
Arlan Taufner
8 de fevereiro de 2014Vc é minha referencia musical preferida no Brasil! As vezes o novo não foi inspirado em nenhum modelo pré concebido ou consolidado; ele simplesmente surge, cria, amplia, revoluciona… Isso é ser novo! E pra mim vc é o novo conceito de artista cristão brasileiro! Abraço e saudade de ti, irmão!
Vladimir de Oliveira Souza
8 de fevereiro de 2014Olá! Então, mas, o mercado é mais forte Marcos Almeida Percebo as suas tentativas de construir uma musicalidade que ñ seja cooptada pelo gênero gospel, mas, que reflita a cultura brasileira, em um diálogo sério e amigável com a tradição judaico-cristão. Mas, na prática a galera é apaixonada pelo raso. Como diria Richard Foster: A maldição do nosso tempo é a superficialidade. As trilhas espirituais e ideológicas que temos hoje são fortes e desmobilizam todos aqueles que sonham por uma país + lúcido e inteligente. Mas, ñ faz mal tentar. Que a Força esteja com vc. Até +
isadora Silveira
8 de fevereiro de 2014Nao me canso de dizer… GENIO!
Leo
8 de fevereiro de 2014Marcos, você pode me responder algo? Qual artista cristão você escuta?
Admiro muito seu trab e talento.
Marcos Almeida
9 de fevereiro de 2014Escuto muitos.
Thiago Arthur
8 de fevereiro de 2014Cara, acho que uma parte desse movimento foi tu mesmo quem criou, ele não tem nome, não tem nada tão notável como outros já existente, Mas ele tem um caminho único
que daqui uns bons anos posso ver um choro de alegria por tudo que está sendo
construído. Eu faço parte dessa parada aí, e tu já és um espelho para quem tanto está procurando caminhos dentro de uma música enraizada no
cristianismo. Nas vezes que preciso de algum motivo para continuar com minhas ideias musicais que
tão pouco saíram do “papel” e da minha mente, acho resposta na tua música e no teu texto. E sei que
tudo isso é fruto de uma caminhada musical junto com um Deus que tanto te capacitou e capacita.
Felipe Duarte
8 de fevereiro de 2014Marcos, certamente você é o maestro desta geração! Parabéns por se dispor, através da sua arte a construir tal plataforma que para nós brasileiros é tão importante!
Neila
9 de fevereiro de 2014Digo e repito , Marcos tu estás na posicão de mentoriar, não vai te assustar se essa tua busca porr um modelo por uma tradição espiritual terminar en vc mesmo.Eu creio piamente que tu tens um espirito desbravador, não tenha medo de descobrir um novo caminho e um novo modelo pra tua musicalidade e acrescento mais a este meu comentário, o estilo da tua música é algo muito novo, logo isso te faz pioneiro, creio talvez que você nunca antes havia pensado nessa possibilidade de pioneirismo na arte de fazer música, por isso essa tua busca por um “modelo”.
Assuma sua posição de pioneiro de uma vez por todas sem medo de ser feliz.
Nilson Lee
9 de fevereiro de 2014Rapaz, temos sim muitos exemplos de cantores e bons cantores, lenine, gonzagão, geraldo vandré, jackson do pandeiro e vários e vários. Admiro sua posição quanto a música, pois acho errado numa loja ter uma área para o gospel, pois antes de ser gospel, temos um ritmo musicalmente falando, agora em relação a mpb(Música popular brasileira)temos sim e digo mais alguns são até melhores do que outros em questão de arranjo e musicalidade, que da até pra usar algo pra música que vc faz.
Miqueias de J. Santos
9 de fevereiro de 2014Caro Marcos, essas eram basicamente as questãos levantadas por Michael Gungor, e se perceberem nesse ultimo disco dele tem esse tom de repudio ao que chamam de gospel music aqui, ou a musica evangeliquez, e por esse motivo tem sido criticado pela mídia “evangelica”, o mesmo aconteceu com Lecrae que teve que criar seu próprio selo porque não se encaixa no que chamamos de musica secular e no que chamamos de gospel ele não foi aceito, não será o amigo Marcos predestinado ao mesmo fim ?
andé salles
9 de fevereiro de 2014Tem minha admiração,mas espero que não se perca nessa busca como tantos artistas brasileiros.
Paulo Roberto
9 de fevereiro de 2014Marcos infelizmente vc ainda não conseguiu encontrar esses modelos/mentores para que possa se espelhar. Mas graças a vc eu encontrei o meu! Sempre escutei muito artistas estrangeiros como: Eddie Vedder (Pearl Jam) e seu jeito d tocar ukulele surreal, Dave Grohl (Foo Fighters) com seus gritos de arrepiar e d tirar o fôlego, e Kurt Cobain (Nirvana) com suas letras simples e d melodias suaves e agonizantes ao mesmo tempo. Estava me faltando um artista da casa q me proporcionasse esses mesmos sentimentos, q sinto quando escuto música. Obrigado, vc conseguiu!
Priscila
9 de fevereiro de 2014Alguns dos grandes artistas – e compositores – da MPB para mim são Milton Nascimento e Djavan.
Leo Leghi
9 de fevereiro de 2014Você nem precisa buscar influências, já chegou ao nível de você mesmo influenciar, rsrs. Mas entendo sua visão. Parabéns pelo dom que você desenvolveu e tem hoje. Abraços.
Leo Leghi.
renato missão
9 de fevereiro de 2014Marcão, vc me inspira!
Agora lendo o seu texto, lembrei de Lenine! Acho o cara muito fera!
Gilverri
9 de fevereiro de 2014O Mestre está dento de você, e é por isso que o que escreve é novo, suas canções novas; boas novas que nos faz refletir. Eu amo as sua músicas, canto-as, e isso só vem de quem é morada do Mestre por excelência. Que Deus continue te abençoando com muito mais boas novas; maestro.
ALEXANDRE
9 de fevereiro de 2014SEJA VOCÊ UM MESTRE DE ALGUÉM !!!!!
Julio Xavier
9 de fevereiro de 2014Marcos tenho ouvido muita coisa boa ao longo da minha vida, mas sempre me perguntei porque lemos livros e filmes seculares e nos dizem que não podemos ouvir música secular entediado com a falta de música mais a minha cara descobri o palavrantiga por acaso no youtube ai passei pra galera da igreja através dessa discoberta conhecemos : Crombie, lorena chaves e outros, e pra completar o brasilidade que veio pra romper as barreiras. Enquanto vc procura o maestro eu já achei o meu louvo a Deus por tua vida.
Sérgio Augusto
9 de fevereiro de 2014Então, o que dizer…
Estou ainda pensando em tudo que li, ouvi é em tudo que eu acredito como verdade. Marcos acho muito interessante sua busca pela “nova canção ” e eu diria que não existe uma nova canção e sim uma canção que não é conhecida por nós. Ao longo da minha caminhada descobri que a religião mata, fere, cria paradoxos, cria tabus e descobri algo que é a verdade, Cristo, não o de uma religião, mas o Cristo então descobri a essência que pode te ajudar a achar o maestro. Eu não sou músico no sentido da palavra mas eu toco violão e eu “crio uma nova velha canção todo dia me dada por Ele. Isso parece loucura não é? Mas eu decidi mudar, não ter um modelo de homem, não ter alguém humano a imitar.
Nós temos que mudar a cultura e não ela nos mudar.
É nisso que eu acredito.
E você no que acredita?
Obrigado,
Sérgio Augusto
Sérgio Pereira
10 de fevereiro de 2014Concordo Marcos. Como é difícil encontrar mentores musicais dentro dessa proposta no Brasil. Tudo é muito sectário. Obrigado por abrir essa “picada” na mata musical brasileira…
anderson
12 de fevereiro de 2014cara gosto muito das suas musicas mais queria tirar uma duvida sei q vc ñ e de nenhuma igreja mas queria saber se vc e cristão independente de pastores ,de igrejas ou religião pois jesus ñ deixou nenhuma religião a ser seguida foram os homens q criaram isso.e tbm se vc tem como inspiradores esses cantores q vc sitou
Marcos Almeida
12 de fevereiro de 2014Vejo que para ti não pareço um membro de igreja.[Que bom e que ruim, rs] Não sou apenas da Igreja, do corpo, mas tenho a honra de servir o Nosso Senhor na Missão Praia da Costa em Vila Velha, ES, uma comunidade de fé comprometida com a Bíblia e onde Jesus Cristo é o centro.
Sobre os artistas, é isso mesmo que escrevi. Abração.
Elias Marques
21 de fevereiro de 2014Marcos vc trouxe a tona o que todos evangélicos de bom gosto queriam, música boa e inteligente.
Sidney Corrêa
17 de fevereiro de 2014Meus pensamentos me deixavam limitados em relação a músicas, sempre gostei de boas composições, como por exemplo, Legião urbana, Charlie brown jr até Adriana Calcanhoto. Cresci ouvindo essas músicas, todas as tardes meus irmãos escutavam, moro em um local a onde a cultura que fala mais alto é o tecno brega, não vou ignorar a essa cultura que tem aqui na minha terra natal mas não absorvi o que tinha que absorver, como citei a cima, cresci ouvindo a esses gênero musical e até o internacional. Concluir que quando eu escultei a sua primeira música, logo eu falei que era isso que estava faltando no Brasil e principalmente em mim, notei que era essa a chance de gritar liberdade de uma maneira sábia, não que os outros artistas brasileiros sejam ruins, só que quando a composição ela é gerada no coração e transmitida com a verdade issso tudo fica mais tranquilo e lindo de se inspirar, a anos eu vinha querendo ter essa inspiração de alguém que vive as mesma coisas que eu escolhi para viver. Tenho que agradecer mesmo pelo seu passo inicial, sei que tudo isso tem um proposito, e principalmente, de revelar as nações que o amor nunca acabou e ele ainda continua a se propagar.
Valeu Marcos Almeida por ser uma inspiração sem limites.
Isaac
23 de fevereiro de 2014Somos uma geração carentes de referenciais! A sua questão apenas transmite que você não esconde sua humanidade e ainda possui humildade para admitir que precisa e está em busca de referenciais! Todos nós estamos e creio ser isso que, por fim, acaba nos tornando uma espécie de referencial! Ainda bem que Deus te levantou Marcos, bem como tem levantado a muitos dispostos a ir por caminhos diferentes e “loucos” para o mundo – e em “mundo” também incluo os estereótipos “gospel” e “evangélico”. Que acima de tudo possamos fazer parte das coisas loucas que Deus reserva para esse tempo! Orarei por você. Abraços!
Lilian
19 de março de 2014aí o que acontece é a gente sem rumo, sem caminho, sem saber como é que defende os teoremas que ainda estão se formando aí na nossa caixola. to tão confusa com essa vida q as vezes dá vontade de jogar tudo pro alto. tb acho que você é hoje o mais próximo que eu consigo chamar de ‘meu modelo’, mas endosso a sua busca, colega.
Eu tenho observado a maneira como o Siba tem feito e dito algumas coisas. (sabe o siba? ele é legal. se vc não conhece seria massa se vc fosse fuçar sobre ele aí na rede, eu acho.)n dava mta bola pra ele qndo ele era do Mestre Ambrósio mas agora eu to prestando atenção. tem valido a pena)Acho que a gente tá procurando uma coisa maais profunda q essa pista aí q eu dei. Mas é alguma coisa.
Estamos aí navegando, né? quando você achar alguém avise aí pra gente ver!
Abraçãozão.
Natalia Souza
2 de maio de 2014A cada palavra sua, a traduçao de sentimentos meus que antes não pareciam coerentes à minha crença.. Ler seus textos é como esbarrar com minhas próprias indagações e perceber que as vezes se perder é encontrar a Verdade. Se desprender de antigos paradigmas é dificil porque o Novo é muito libertador..