Como descobri Sebastião Tapajós e seu disco Brasilidade
O ator Antonio Fagundes disse outro dia: “a ideia é ser cada vez mais famoso. Porque aí consigo trazer as pessoas para o teatro, para o cinema”. Tentando transformar a audiência das novelas em ingressos esgotados no teatro, ele me fez lembrar o que acontece – numa escala muito inferior – na minha relação entre Palavrantiga e o site Nossa Brasilidade. Estava em Curitiba atendendo os pedidos de fotos e papiando com o público depois do show, quando o Yuri, que conheci ali na hora, virou pra mim e disse: “cara, lá em casa tem um disco no meio das coisas do meu pai, chamado ‘Brasilidade’, quando vi lembrei na hora do Blog, vou te mandar a foto.” Ele acabou de enviar e se trata desse disco:
E aí fiquei admirado em saber que dentro dessa multidão que nos segue nos concertos de rock nacional, tem gente fazendo sinapses entre as estantes do pai, o vocalista da banda, o blog, a cultura e sobretudo com a Mensagem que atravessa toda a nossa produção criativa; de uma vida inteira, brasileira, cosmopolita, tecida na Esperança. Valeu Yuri pela dica. Já estou ouvindo o disco e descobrindo coisas fantásticas desse genial paraense de Santarém.
Se quiser saber mais de Tapajós,leia a resenha de V.A. Bezerra encontrada originalmente no site ejazz.com.br:
Paraense de Santarém, Sebastião Tapajós começou a estudar violão aos nove anos de idade, tendo seu pai como professor. Mudou-se para Belém e depois, em 1963, para o Rio, sempre continuando os estudos de violão clássico. Em 1964 foi para Portugal, onde se formou no Conservatório Nacional de Música de Lisboa. Depois estudou na Espanha com o famoso mestre Emilio Pujol, formando-se no Instituto de Cultura Hispânica. Depois de completar os estudos, voltou primeiro para Belém e depois para o Rio, procurando iniciar uma carreira de concertista. O evento que deu impulso decisivo à sua carreira foi a execução da obra-prima de Villa-Lobos, o Concerto para Violão e Pequena Orquestra, com a Orquestra Sinfônica Nacional no Teatro Municipal do Rio. A partir daí seguiram-se vários convites para concertos no Brasil e no exterior.
Nos anos seguintes, Tapajós foi mergulhando cada vez mais na música brasileira, tanto como compositor quanto como intérprete, pesquisando ritmos e temas populares e folclóricos. Essa pesquisa lhe possibilitou gravar vários discos formados exclusivamente por composições próprias, vazadas em um idioma musical genuinamente brasileiro. Porém não deixou de tocar composições de outros autores, como Tom Jobim, Baden Powell, João Pernambuco, Astor Piazzolla e outros. Igualmente continuou exercitando seu lado de solista clássico, interpretando peças de Heitor Villa-Lobos (de quem gravou em 1993 os famosos Estudos e Prelúdios, tão cultuados por todos os violonistas), Agustin Barrios, Antonio Lauro e Guido Santórsola, entre outros.
Tapajós é hoje um músico consagrado na Europa, onde se apresentou um sem-número de vezes durante as últimas décadas, particularmente na Alemanha. Naquele país o disco Guitarra Criolla foi eleito disco do ano em 1982. Ao longo da carreira, Tapajós gravou mais de 50 discos. Recebeu mais de 20 prêmios, tendo sido eleito melhor músico brasileiro em 1992 pela Academia Brasileira de Letras. Tocou com Gerry Mulligan, Astor Piazzolla, Oscar Peterson, Paquito D’Rivera, Zimbo Trio, Maurício Einhorn, Hermeto Pascoal, para mencionar apenas os principais. Tapajós sofreu um enfarte em junho de 2001, mas em setembro do mesmo ano já estava de volta aos palcos, apresentando-se no Teatro Municipal de Niterói.
O estilo de tocar de Sebastião Tapajós é vigoroso e incisivo, e o som que tira do instrumento é cheio e encorpado. Ele gosta de utilizar efeitos percussivos, variações de timbre (do som mais doce, tocando próximo à boca do instrumento, ao mais metálico, próximo ao cavalete do instrumento), sons harmônicos, repetição ritmada de acordes em ostinato e outros recursos.
(V.A. Bezerra, 2001)
7 Comentários
Lidiane Gregory
25 de novembro de 2013E um Viva à Nossa Brasilidade!! Do regional para o nacional e daí mundo a fora. É a música que ultrapassa os limites das fronteiras. O mesmo Sebastião que se apresenta nos mais pomposos palcos no exterior é também aquele que se apresenta na praça nos eventos culturais da minha cidade para um nem tão imenso mas emocionado público.
Espero que curtam Sebastião Tapajós!
Santarém manda lembranças.
julio xavier
26 de novembro de 2013Cara que massa eu não conhecia Sebastião de Tapajós, valeu Yuri por enriquecer a todos nós.
BRUNO LIMA
26 de novembro de 2013PARABENS Marcos Almeida por todos os seus projetos, estive também em Curitiba no Livres foi um prazer te conhecer, sou o menino de Rondônia que escuta seu cd desde o EP kkkkkk
Quem sabe um dia você vem para cá ne?
Deus abç
Viva a nossa brasilidade
Lorena Chaves
26 de novembro de 2013Massa demais!!!
Zek Nascimento
9 de dezembro de 2013O generoso Sebastião vive! Ele acabou de fazer um disco todo de guitarradas. O estilo musical popular dos ribeirinhos paraenses que misturaram o caribe com a amazônia.
O clássico se entregando ao popular. Generosidade pura desse gênio.
Dá pra ouvir e ver um pouco disso aqui: http://www.youtube.com/watch?v=6N4aJM2LMwM
Vanessa
10 de dezembro de 2013Orgulho de ser de uma terra com tantos artistas comprometidos com a arte e com a musicalidade brasileira. E que bacana ver isso por aqui! Parabéns ao Yuri pelo achado ao Nossa Brasilidade por mostrar.
rodrigo fragoso
25 de fevereiro de 2014ola gente eu quando vi ele toca fiquei apaixonado pelo som do violao dele voces sabem a onde eu consigo comprar cds dele obrigado?