8 Minutos de Brasil / Encerramento das Olimpíadas de Londres 2012
Cao Hamburguer e Daniela Thomas apresentam o Brasil para o mundo em 8 minutos. Exibido pela rede Record no dia 12 de Agosto.
Se você fosse falar do Brasil para um público tão grande como esse, qual seria seu discurso? Na hora de fazer escolhas, quem você deixaria de fora?
+ Sobre a apresentação acima…
Equipe:
Cao Hamburguer – Diretor Artístico
Daniela Thomas – Diretora Artística
Abel Gomes – Supervisão de Criação
Marco Balich – Produtor Executivo
Créditos Adicionais:
Beto Villares – Produção Musical
Jum Nakao – Produção de Figurino
Susana Yamauchi e Renata Vieitas – Coreografia
Lida Castelli – Consultora Artistica

A música tema das Olímpiadas do Rio de Janeiro (Brasil)
O samba produzido por Kassin (Los Hermanos, Vanessa da Matta) mostra aquele Brasil carioca que nós conhecemos. Uma novidade; os deuses do Olimpo visitam o Rio e acabam fazendo o que? Dançando e tomando uma, é claro! Viva o clichê.

Renata Pallottini
Nascida em São Paulo, em 28 de março de 1931. Poeta, ensaísta, teatróloga, professora universitária, redatora de TV e jrnalista. Em 2011,conversou com Antonio Abujamra sobre o que é a vida, a modéstia, sobre arrependimento e religião. Depois disso, leiam seu impressionante “O Grito”. Boa viagem!
O GRITO
se ao menos esta dor servisse
se ela batesse nas paredes
abrisse portas
falasse
se ela cantasse e despenteasse os cabelos
se ao menos esta dor se visse
se ela saltasse fora da garganta como um grito
caísse da janela fizesse barulho
morresse
se a dor fosse um pedaço de pão duro
que a gente pudesse engolir com força
depois cuspir a saliva fora
sujar a rua os carros o espaço o outro
esse outro escuro que passa indiferente
e que não sofre tem o direito de não sofrer
se a dor fosse só a carne do dedo
que se esfrega na parede de pedra
para doer doer doer visível
doer penalizante
doer com lágrimas
se ao menos esta dor sangrasse
(Renata Pallottini, Antologia Poética. Rio de Janeiro: Leitura, 1969)
Chão
Entrando no clima do novo disco do Palavrantiga . Volto ao Nossa Brasilidade para apresentar uma seleção de músicas com a temática “Chão”.Palavra que inspirou muitos artistas do funk carioca ao rock brazuka.
Vamos ouvir o Chão de Samuel Rosa e Chico Amaral, interpretado pela banda mineira Skank.
Chão que desliza
Noites de ilusões à deriva
Groove hey negrita
Teu prazer me cai na saliva
Céu que convida
Onde o som bater
eu me encaixo
Groove na medida
Eu te espero em cima
ou embaixo
Não, não vacila
Vem aqui mostrar sua arte
Groove na medida
Teu prazer é meu o estandarte
Dentro da noite do mundo
Vamos brindar à solidão
E acordar nas tábuas
desse chão
( Samuel Rosa / Chico Amaral )
Ouça agora Lenine e o “Chão” construído com seu parceiro Lula Queiroga.
Chão chega perto do céu
Quando você levanta a cabeça e tira o chapéu
Chão cabe na minha mão
O pequeno latifúndio do seu coração
Chão quando quer descer
Faz uma ladeira
Chão quando quer crescer
Vira cordilheira
Chão segue debaixo do mar
O assoalho do planeta e do terceiro andar
Chão onde a vista alcançar
Todo e qualquer caminho pra percorrer e chegar
Chão quando quer sumir se esconde em um buraco
Chão se quer sacudir
Vira um terremoto
O chão quando foge dos pés
Tudo perde a gravidade
Então ficaremos só nós
A um palmo do chão da cidade
(Lenine / Lula Queiroga)
Nosso querido Carlinhos Veiga apresenta agora a música “Cascos no Chão” . Você pode ouvir aqui.
Eiah! Os cascos no chão de Goiás
E,ê, boiadeiro onde vais
Sem medo, sem onde pisar
Eiah! Chicote e rifle no ar
Boiada é fácil de levar
Berrante é pra quando estourar
Sei dos caminhos que levam, dos rios
Sei dessas estradas velhas, das pontes e mais
Sei dos olhos da gente, tesouros
Guardados no chão goiano que piso e vou
Vou e sei quando voltar
Sem me perder, sei de mim
Sei da paz, mas sei lutar
Ora, eu sei da liberdade e fim
Eiah! E toca a boiada pra frente
Que atrás dessa Estrada vem gente
Estrada é pra gente pisar
Eiah! E leva a boiada contente
Sem medo de sorte e de gente
Que gente é pra se respeitar
(Gustavo Veiga e Carlos Brandão)

Guilherme de Carvalho / O bem e o mal
“É honesto reconhecermos o mal no mundo;
mas é desonesto fazê-lo para justificar nosso próprio desprezo pelo bem.
Muitos que correm a denunciar o sentimentalismo “gospel” são,
infelizmente,
mendigos morais que desenvolveram uma afeição à sarjeta,
e que não querem admitir a existência da alegria,
para não admitir seu fracasso em alcançá-la.
O amor pela verdade e pelo bem deve ser forte o suficiente para nos levar à indignação contra a injustiça,
mas para isso teremos que nos ajoelhar diante do bem,
crer em sua verdade
e nos alegrar em sua beleza.”
[Guilherme de Carvalho é pastor da Igreja Esperança em Belo Horizonte, escritor e diretor de L’Abri Brasil. Saiba mais aqui]