15 de Janeiro / Anchieta
Quinze
O “apóstolo do Brasil” – como ficou conhecido o padre José de Anchieta – morreu aos 63, numa pequena cidade do Espírito Santo que hoje leva o seu nome. Isso foi há muito tempo atrás, tempão, quando a folhinha do calendário marcava 1597 – antes mesmo de Antonio Vieira, citado ontem por aqui. Ele deixou um legado social que é criticado por alguns e louvado por outros. Mas, quase ninguém fala da sua produção poética. Além de escrever peças de teatro e o catecismo que a Igreja Católica usou durante 300 anos aqui no Brasil, seu desejo pelo sagrado e pelo porvir se traduziu em versos simples, como estes, que agora passamos a ler.
Não há coisa segura.
Tudo quanto se vê
se vai passando.
A vida não tem dura.
O bem se vai gastando.
Toda criatura passa voando
Contente assim, minh’alma,
Do doce amor de Deus
toda ferida,
o mundo deixa em calma,
buscando a outra vida,
na qual deseja ser absorvida.
(Em Deus, meu Criador – José de Anchieta)