Nossa Brasilidade: Arte, Filosofia e Espiritualidade.
por Ruan Bessa
A arte é como criança pequena andando na rua, sempre está de mãos dadas. De um lado, os dedos da filosofia (no sentido amplo do termo) e do outro, os da espiritualidade. Afinal, não há arte que não esteja encharcada de um “jeitão” de olhar o mundo e que não seja expressão do espírito humano que está sempre Coram Deo.
É na mistura desses ingredientes que Pedro Américo chama atenção. Considerado um dos maiores nomes da história da cultura brasileira no final do século XIX, o pintor deixou símbolos que falam desta nossa brasilidade, com suas vivências e histórias, imbuídos no seu modo humanista de encarar a vida, cujos traços de “A Carioca”, nos remetem a época do Renascimento.
Entretanto, é na revista Concinnitas Arte Cultura?e Sociedade num artigo do Prof. Rafael Cardoso que está o que mais me chamou atenção a respeito do pintor. Ele comenta:
“Por enquanto, o que importa é registrar a consciência nítida que possuía o artista de estar engajado em um processo de produzir os símbolos do seu tempo”.
Bem ali, no breu das entrelinhas, se esconde um dos sentidos da arte de Américo. Assim é o espírito do homem, sempre expressando a Imago Dei quebrada, deseja que a vida seja vestida de valor e tenha significado. Afinal, “o desejo de eternidade” fez casa no finito.