Tempo e Eternidade, Verde e Amarela.

Tempo e Eternidade, Verde e Amarela.

Postado por: em set 10, 2015 | 5 comentários

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A nossa brasilidade é essa contradição, um Brasil dentro de outro Brasil. Brasis que se misturam: cidadãos forasteiros juntos aos que se dizem apenas cidadãos. Nós somos um povo paradoxal; a nossa brasilidade é a brasilidade de nativos estrangeiros em convívio com os que se dizem apenas nativos. Somos assim desde tempos remotos. Tempo e eternidade, verde e amarela.

Os cristãos, efetivamente, não se distinguem dos demais homens nem por sua terra, nem por sua fala, nem por seus costumes. Porque não habitam cidades exclusivamente suas, nem falam uma língua estranha, nem levam um estilo de vida à parte dos demais […]. Mas, habitando cidades gregas ou bárbaras, segundo a sorte que coube a cada um, e adaptando-se na vestimenta, alimentação e demais aspectos da vida aos usos e costumes de cada país, dão mostras de um teor particular de conduta, admirável e , por confissão de todos, surpreendente. Habitam suas próprias pátrias, mas como forasteiros; participam de tudo como cidadãos e suportam tudo como estrangeiros; toda terra estranha é para eles pátria, e toda pátria, terra estranha” (Carta a Diogneto – séc. 2 D.C.)

 

Marcos Almeida

P.S.: esse texto tem o mesmo título de uma canção inédita de minha autoria.

UMA OUTRA BRASILIDADE

Postado por: em mar 24, 2014 | 24 comentários

Do que estou falando esse tempo todo, mas você ainda não entendeu!

 

A preguiça intelectual prefere chamar de gospel tudo aquilo que é confissão evangélica na cultura brasileira, sem se dar conta de que bem antes da grife existir já havia uma Igreja. Certamente, quando falo “Igreja” não penso em templos e capelas apenas, mas, sobretudo em pessoas que experimentam o Evangelho na vida.

Os preguiçosos ignoram: a tal categoria de mercado ainda não chegou aos trinta. Fazem pouco caso da comunidade de fé da qual pertencemos. Nossos pais nos legaram uma família de dois milênios. Eles atravessaram gerações, errando e acertando, e chegaram ao Brasil há mais de quinhentos anos! Então, que influência é essa, de fato, na formação do nosso país? É preciso ver essa herança sem as lentes embaçadas da indústria do entretenimento, para além dos limites religiosos e acadêmicos, aproveitando as diversas cores e linhas denominacionais que de fato ajudaram a formar essa grande e singular obra de tapeçaria que hoje é pisoteada pela idealização de um Brasil sensualizado, trapaceiro, exótico, aristocrático, místico, racista, bêbado e baderneiro. A preguiça os impede de ver além do clichê. Estamos puxando esse tapete…

Eu chamo você para ver de outro ponto. Te convido a abrir outras janelas. A duvidar do que lê nos jornais. A duvidar dos livros de sociologia. Proponho aqui uma mudança na abordagem do que é identidade brasileira.

Nos últimos cem anos e, principalmente, depois da semana de arte moderna (1922) essa abordagem é dada por uma elite não cristã e anticristã, que olha para os crentes como “os outros”. E se pedíssemos agora para “os outros”, nós, os crentes, que construam essa abordagem; qual brasilidade será contada por esses que creem? Como será o Brasil de dentro “dos outros”?

Vejo os crentes sendo violentados covardemente pela lógica de entretenimento religioso, por um lado, e pela censura aristocrática e hipster no front oposto.  É pela liberdade deles que grito. Grito por mim, em nome dos nossos pais, em respeito a sua herança e investimento. Grito inspirado em Cristo, instigado por Cristo, que não se dobrou nem diante da fúria dos sacerdotes cegos e corruptos, nem muito menos diante do governo tirânico e opressor daquela elite romana. Nem preciso falar de como Ele tratou os gregos… Grito a brasilidade de quem segue o Cristo, de quem voluntariamente se doa, de forma autêntica, sendo coautor desse movimento de fé, esperança e amor no meio do mundo. Movimento que alcançará os nossos filhos – se Ele antes não voltar – os brasileiros dos outros.  Os outros brasileiros de nós mesmos!

 

Marcos Almeida

Teoria do Eu / Miguel Sanches Neto

Teoria do Eu / Miguel Sanches Neto

Postado por: em maio 20, 2013 | 1 comentário

 

Por Miguel Sanches Neto | Para o Valor Econômico. Gentilmente liberado pelo autor para ser lido aqui no Nossa Brasilidade.

 

Em uma conversa recente com Luiz Antonio de Assis Brasil, romancista que atua como professor em oficinas de escrita criativa em Porto Alegre, ele me disse que o mais difícil é fazer os alunos escreverem em terceira pessoa. Fiquei pensando nos motivos que levaram a essa hegemonia da primeira pessoa e no que isso representa para a ficção atual.

SOBRE COMO OUVIR MÚSICA POPULAR BRASILEIRA

Postado por: em abr 16, 2013 | 23 comentários

Quando Milton Hatoum disse para José Castello, “materialmente, não quero muito, espiritualmente, quero tudo”, estava confessando o desejo de muitos artistas; a transcendência. Só a literatura contemporânea interessada na superfície da realidade, no papo chatíssimo da desconstrução autoral, num tipo não-conceitual de arte sem artista, tem deixando escapar outros objetivos. Talvez o próprio desaparecimento da literatura. Um tipo de vingança inconsciente desses novos escritores sem fogo, nem brasa.

 

Mas, o ponto de apoio daquilo que convencionamos chamar de cultura sempre foi uma sensibilidade espiritual que orienta e direciona a criação artística. Pensando agora na música brasileira,

A Entrevista para a Billboard – Edição 37 – na íntegra.

A Entrevista para a Billboard – Edição 37 – na íntegra.

Postado por: em jan 6, 2013 | 104 comentários

 

A edição 37 da Billboard Brasil traz na capa o músico pop americano Bruno Mars, e lá nas páginas 54 e 55 o jornalista Filipe Albuquerque anuncia: “para além de rótulos e segmentos, artistas evangélicos buscam circular livremente no pop brasileiro”.