Chão

Postado por: em ago 12, 2012 | 1 comentário

Entrando no clima do novo disco do Palavrantiga . Volto ao Nossa Brasilidade para apresentar uma seleção de músicas com a temática “Chão”.Palavra que inspirou muitos artistas do funk carioca ao rock brazuka.

Vamos ouvir o Chão de Samuel Rosa e Chico Amaral, interpretado pela banda mineira Skank.

Chão que desliza
Noites de ilusões à deriva
Groove hey negrita
Teu prazer me cai na saliva

Céu que convida
Onde o som bater
eu me encaixo
Groove na medida
Eu te espero em cima
ou embaixo
Não, não vacila
Vem aqui mostrar sua arte
Groove na medida
Teu prazer é meu o estandarte

Dentro da noite do mundo
Vamos brindar à solidão
E acordar nas tábuas
desse chão

( Samuel Rosa / Chico Amaral )

 

Ouça agora Lenine e o “Chão” construído com seu parceiro Lula Queiroga.

 

Chão chega perto do céu
Quando você levanta a cabeça e tira o chapéu
Chão cabe na minha mão
O pequeno latifúndio do seu coração
Chão quando quer descer
Faz uma ladeira
Chão quando quer crescer
Vira cordilheira

Chão segue debaixo do mar
O assoalho do planeta e do terceiro andar
Chão onde a vista alcançar
Todo e qualquer caminho pra percorrer e chegar
Chão quando quer sumir se esconde em um buraco
Chão se quer sacudir
Vira um terremoto

O chão quando foge dos pés
Tudo perde a gravidade
Então ficaremos só nós
A um palmo do chão da cidade

 

(Lenine / Lula Queiroga)

 

Nosso querido Carlinhos Veiga apresenta agora a música “Cascos no Chão” . Você pode ouvir aqui.


 

Eiah! Os cascos no chão de Goiás

E,ê, boiadeiro onde vais

Sem medo, sem onde pisar

Eiah! Chicote e rifle no ar

Boiada é fácil de levar

Berrante é pra quando estourar

Sei dos caminhos que levam, dos rios

Sei dessas estradas velhas, das pontes e mais

Sei dos olhos da gente, tesouros

Guardados no chão goiano que piso e vou

Vou e sei quando voltar

Sem me perder, sei de mim

Sei da paz, mas sei lutar

Ora, eu sei da liberdade e fim

Eiah! E toca a boiada pra frente

Que atrás dessa Estrada vem gente

Estrada é pra gente pisar

Eiah! E leva a boiada contente

Sem medo de sorte e de gente

Que gente é pra se respeitar

(Gustavo Veiga e Carlos Brandão)

29 de Janeiro/ Carlinhos Veiga

Postado por: em jan 29, 2012 | Nenhum comentário

Vinte e nove

Uma amiga do Palavrantiga brincou com a sincronicidade de fatos desses últimos meses: lançamos a música “Sobre o mesmo chão”, Lenine chega com o álbum minimalista “Chão”, e o nosso caipira presbiteriano Carlinhos Veiga finalmente compartilha seu dvd, cujo título é “Chão”.

O paralelo com o universo sacana do funk carioca foi logo colocado por ela mais como uma brincadeira (Chão, chão, chão, chão, chão, chão), no entanto, não deixa de ser verdade que todos nós estamos apresentando aí nas canções o que de fato sustenta os nossos pés, a poeira da nossa estrada, o chão de cada um, o caminho que cada artista tem trilhando nessa vida.

Ontem a noite, tive a oportunidade de assistir o show de lançamento do dvd “Chão” aqui em Vitória. Uma noite calma, silenciosa, onde o Teatro Carlos Gomes se transformara numa varanda típica das casas de Goiás. Me senti um legítimo caipirão da roça. Coisa boa!

A música que me trouxe para o Blog, afim de escrever esse tópico, não fala de poeira ou de asfalto – a primeira vista (!) – mas, remete a uma tônica desse movimento de identidade que estamos vendo passar por aqui: de que não existe um tipo de Brasil apenas, mas centenas de brasis dentro do Brasil. Diversas experiências sobre este mesmo chão. O que vamos ler e ouvir a seguir é a versão de Carlinhos Veiga para essa certeza. Aproveitem:

 

Andando por essas terras
Conheci tantos brasis
Brasis diferentes
Brasis do Brasil
Brasil do Maranhão, Paraná e de Goiás,
de São Paulo, do Rio e de Minas Gerais
Ê! Meu Brasil…
Mas em todo canto
Brasil de canções
De alma, de vida,
De gosto, emoções.
Brasil de riquezas
Minerais, vegetais
De tremendas belezas
De culturas gerais
Ê! meu Brasil…
Um Brasil que luta
Apesar do não
De homens que insistem
Em pensar só em si
Brasil de justiça
Com jeito de ladrão
E terríveis farsantes
Que ganham eleição
Ê! Meu Brasil…
Brasil, até quando
Seus Brasis explorados serão
Brasil, até quando
As mentiras prevalecerão
É hora e tempo
De voltar-se prá Deus
Para que seus brasis
Se orgulhem de ser
Brasis do Brasil

(Brasis do Brasil, Carlinhos Veiga)